Foi sim, mas já está passando. O pior já passou.
Theo, asmático e alérgico, já estava há duas semanas com uma tosse chata e teve o que acreditávamos ser duas viroses seguidas nesse período. Depois de algumas visitas ao PS ( nossa pediatra está viajando), alguns medicamentos e nenhum raio X do pulmão -pois depois de analisar diferentes médicos acharam desnecessário, estava tudo limpinho como disseram – voltamos pra casa.
Na terceira semana ele reclamou de dor no peito e em seguida nas costas, meu alerta ligou.
Corremos para o PS e foi diagnosticada a Pneumonia, tratamos com antibióticos por exatos 7 dias em casa. Tudo parecia bem com ele, estava mais animado e brincando. Mel também estava doente, uma gripe, e na manhã que o remédio dele acabou decidi levá-los ao PS novamente para que a Mel fosse examinada e claro, aproveitando para dar uma olhada nele.
Assim que chegamos notamos que a febre dele havia voltado, eu não percebi isso em casa e na hora em que o médico examinou eu já sabia que algo estava errado só de olhar para a expressão dele. 🙁
Depois de uma tomografia foi um corre corre geral.
Ele teve um derrame pleural, nada mais do um acúmulo de secreção na membrana que envolve o pulmão. Uma inflamação e precisaria de uma cirurgia para limpeza e introdução de um dreno que garantiu que nenhum líquido mais acumulasse ali.
Olha, meu mundo caiu naquela hora. Estava sozinha com um bebê e um menino assustado que já entende muita coisa! Precisamos fazer coleta para análises de sangue e introdução do acesso para a cirurgia e internação. Pensa nisso tudo sem ajuda de ninguém!
Nessa hora pedi que meu marido me encontrasse lá, mas até chegar, pareceu um eternidade. No meu desse caos todo, pois ele chorava e gritava a cada novo procedimento, Mel precisava ser medicada e fazer inalações para que os médicos reavaliassem, ela também fez raio X devido ao quadro do irmão.
Pensa num dia difícil? Então…
Ele foi operado no final daquele dia, por volta de 21:30, no Hospital Vera Cruz em Campinas. Eu não pude ficar com ele nessa noite que ele passou na UTI e nem depois pois a Mel não podia circular pelos quartos ( visitas somente acima de 12 anos) por medida de segurança.
Eu optei por não deixá-la, como estava doentinha precisava do meu leite que, aliás, ela passou a rejeitar depois que adoeceu- novamente – quando oferecido na mamadeira. Gritei pra minha mãe me socorrer. Ela e Bruno se revezaram nos dias de internação.
Ele ficou muito sentido nos dias que se seguiram, além de dolorido, claro. Se fechou, foi difícil ver um sorriso mesmo com muitos mimos e presentes, acompanhei tudo de perto via Skype e WhatsApp e todo final do dia passava um pouco por lá entre as mamadas da Mel.
Foram dias difíceis mas que passaram. Ele teve alta, ficou 6 dias internado e depois de realizarem testes descobriram que a bactéria que causou a infecção nele reagia bem a um antibiótico via oral.
Crianças são de fato bichinhos delicados, mas têm ao mesmo tempo um grande poder de recuperação, muito melhor que nós adultos pois olhando pra ele, mesmo ainda dolorido as vezes acho que ele até já esqueceu, enquanto eu ainda sinto uma agonia pelo susto que tomamos.
Ninguém está livre de algo assim acontecer. Na hora a gente se culpa, depois sente pena, medo e dá até um pânico.
Por isso, passei agora a adotar uma nova posição, vou parar de reclamar de coisas pequenas no dia a dia, o que importa nessa vida é termos saúde e estarmos todos juntos… o resto, é resto!
Se você está passando por um momento delicado, com seu filho ou criança querida internada por algum motivo, gostaria de dividir algumas dicas para atravessar melhor por esses dias tão turvos para qualquer família:
- Não minta para a criança jamais.Não diga, por exemplo, que não vai doer e sim explique de forma adequada para cada idade os procedimentos que serão feitos nela.Promova a empatia com a equipe que cuidará dela,mostrando que todos estão ali para o bem , para ajudar.
- Seja forte por vocês dois mas também divida seus sentimentos, não somos de ferro e nossos filhos precisam saber disso, a ideia é mostrar que se sente chateado com a situação mas que juntos superarão tudo isso.
- Interaja muito durante esse período, faça planos para depois dessa fase, passeios e brincadeiras. Livros e desenhos são ótimas maneiras de ajudar as crianças a colocarem pra fora o que sentem, estimule a imaginação.
Com fé e amor todos os problemas pode ser superados e lembre-se, esses pequenos são mais fortes do que nós!
um beijo e um abraço apertado!

2 Comments
Nossa, Marina! Foi um susto mesmo! Eu tive a experiência de ter meu filho (de 3 anos) internado um dia no hospital e já foi horrível. Imagino a tua situação!
Que bom que já passou. Um beijo para todos aí!
muito dureza , né é Talita?? Ninguém deveria passar por isso…. um beijo